terça-feira, 30 de setembro de 2008

Memórias

Poderei contar às meus netos que fiz muitas coisas boas nessa vida. Quero ter orgulho das minhas memórias, quero lembrar com carinho de cada passagem, de cada pessoa, de cada gesto.
Das gargalhadas que fizeram minha barriga doer. Do quanto fiquei vermelha ao dizer que gostava. Do dia que sai de casa de pijama. Das vezes que tomei um pote de sorvete sozinha. E como eu ri no cinema da segunda feira a tarde, quando a sessão era só minha! Quero contar que vivi, que fiz tudo que tinha vontade. Que viajei escondido, que fiquei até tarde na rua, que andei mais só pra ver alguém e que mudei meu caminho para não ver. Vou falar das mensagens insanas que mandei, de quando mandei ele voltar, das festas que fui, dos perigos que corri e dos montes que escalei. Vou falar dos chocolates que devorei, dos livros que li, dos trabalhos que não fiz, das horas de ônibus que enfrentei pra chegar em lugar nenhum, das caminhadas de madrugada, das ligações inesperadas. Vou falar de coisas que fizeram a diferença. De coisas que fazem valer a pena o outro dia. De tudo que me tira o fôlego e me mostra que a vida é muito mais gostosa do que a gente pensa!
E você, vai contar o quê?

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Tudo mudou

Tem um dia específico na nossa vida que, ao colocarmos o pé no chão depois de uma noite de sono, percebemos que tudo mudou!
Nos vemos mais profissionais, mais responsáveis e mais impacientes.
Encaramos os fatos mais racionamente, abrimos nossa mente para novas possibilidades e deixamos de lado aquela impulsão exagerada. Agimos calculadamente, falamos o necessário e precisamos de um interesse maior em tudo.
O nosso ciclo de amizades de afunila, aprendemos que nem todos são tão confiáveis como parecem e ficamos mais exigentes com o mundo.
A vida fica mais corrida. Não temos mais muito tempo para andar a toa pela rua, de observar a natureza, nem de contar as estrelas do céu. Ficamos sem tempo, totalmente escravos de horários determinados e dos tic tacs do relógio.
Tem um dia específico na nossa vida que percebemos que tudo ficou mais chato!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O mesmo nome..

Eles tinham o mesmo nome. Gostavam da mesma cerveja, malhavam no mesmo lugar, tinham o mesmo tipo físico (alto, loiro e de olhos castanhos claros). Eles tinham a mesma idade, o carro era da mesma cor e preferiam carnes vermelhas.
Eles eram legais, simpáticos e descolados. Me levavam nas mesmas festas e faziam parte do mesmo grupinho social.
Eram dois iguais. Até aí...
A diferença é que um era administrador e o outro médico. Diferentes profissões que fizeram deles pessoas completamente opostas.
O administrador me fazia rir, me ligava sempre pra falar besteira. Quando a gente chegava nas festas, ele parecia o candidato a prefeitura da cidade. Popular, desorganizado com suas próprias coisas, criativo. Me dava os presentes mais malucos. Era pontualíssimo em todas as nossas comemorações. Nunca esqueceu nenhum mês de namoro, nenhum aniversário, nenhum jantar.
O médico me levava extremamente a sério. Nossas conversas eram mais formais e ele sempre tinha falava pausadamente, como se escolhesse a dedo cada palavra. Conhecia todo mundo, mas ficava na dele sempre. Nas festas, sempre estávamos longe da galera, curtíamos a música e as bebidas e nos bastávamos. Trabalhava demais, sempre esquecia as datas certas de cada comemoração e se perdia no meio de tantos plantões. Mas sempre me deu os melhores presentes do mundo. Tinha um bom gosto único e muito refinado.
Quando conheci um, lembrei do outro. Foi inevitável. Era o mesmo nome, o mesmo tipo físico, mas um era médico e o outro administrador.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Vamos rir...

Não vou falar mais uma vez que eu gosto de você. Não mesmo. Nunca gostei na verdade, só quis te encantar. Cheguei de mansinho e conquistei o seu olhar, com o ar da minha graça fiz você me querer, fiz seu corpo me desejar... Tudo para te mostrar do que sou capaz. Só para provar que meu poder é maior que o seu, e que eu não entro em nenhum jogo pra perder.
Te deixo louco, te falo bobagens e te prometo a felicidade intensa. Falo o que você quer ouvir. Faço você sentir o tal.
Não é egoísmo, é meu senso de humor! Estou brincando de te fazer feliz...
Nosso estranho momento de encanto me rende boas risadas no final do dia.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Um beijo...

O telefone tocou... Senti aquele frio na barriga que sempre acontece quando você me liga, fico imaginando mil coisas. Mas aquele toque era um sinal. Apertei o botão do elevador e esperei. Foram minutos eternos de espera. E eu despencava a cada andar. Cheguei no hall. Do portão da entrada avistei seu carro. Cada encontro era uma surpresa. Eu não sabia ao certo como você ia me tratar, nem onde me daria um beijo...ah, o tão esperado beijo; que muitas vezes nem acontecia. Mas aquele dia nossos lábios se encontraram, e eu sorri. Você perguntou porque eu ria enquanto me beijava, até achou que eu estava fazendo alguma brincadeirinha. Eu estava feliz. Simplesmente feliz! Enquanto você me envolvia com seus braços, eu me envolvia mais na sua boca. Sentia sua vibração. Todos os meus músculos e sentimentos foram ativados. A gente se tocava, se trocava, viajávamos. Você tem o poder incrível de me tirar do lugar.
Movimentos contínuos, initerruptos, infinitos...
Os nossos lábios estavam trancados, grudados e se completavam.
Quando demos as mãos pela primeira vez você comentou como era engraçado o modo que elas se encaixavam Os nossos beijos, então, eram perfeitamente adequados. E complementavam o nosso desejo.
Perfeitamente complementares.
Quero todos os nossos próximos encontros assim. Quero muitos motivos para o frio na barriga e para tensão que toma conta de mim.
Quero beijos intermináveis.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Faz parte do meu show...

Falo ainda mais alto, danço até o sol raiar, me desdobro. Dou idéias irreais, faço acontecer, falo pra você perceber...
Faz parte do meu show! Risadas escandalosas, brincadeiras cheias de segundas intenções, um suspiro...
Faço tudo pra chamar sua atenção... Me permito, grito, tiro a roupa. Viro umas e outras, falo outras línguas em outras línguas, corro o mais rápido que posso e me lanço.
Até me atirar de um penhasco e voar. Pro meu show ser ainda mais completo, pra eu te ver ainda mais de perto e pra você me reparar.
Faz parte do meu show... correr riscos sem sentido, fazer tudo tão bonito e fazer ainda mais. Sou feliz, espontânea, sou eu... Pra chamar a sua atenção sou política, sou escritora, pensadora, intelectual. Compro qualquer briga, entendo de tudo e não faço nada em vão. Me invento, reinvento, descubro várias outras pessoas, mesmo sendo uma só... Faz parte do meu show, para ouvir todos os aplausos no final!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Acho que...

Moço, deixa eu fazer uma coisa?
Deixa eu subir no seu ombro, pra poder enxergar um pouco mais longe. Quero ver se daí de cima as coisas são mais legais do que daqui de baixo. E quero alcançar aquela nuvem...
Moço, mas você me segura? Quero subir mais alto, mas tenho medo de cair. Tenho medo de não conseguir... E se eu tropeçar? A gente podia chegar mais pra lá. Ali ó: onde tem aquelas gramas. Porque se acontecer alguma coisa, tem a grama macia embaixo, né?! Mas moço, não deixa nada acontecer, por favor! Não quero me machucar! E vamos rápido, antes que escureça, não gosto do escuro.
Moço, segura a minha mão com força, as duas! Eu quero ver além. Sabe aquela árvore, aquela lá longe?! Quero ver depois dela, você me ajuda?
(...)
Não moço, não adianta... Quero muito enxergar mais longe e poder saber das coisas que estão distantes, mas eu tenho medo. Eu sei que você vai me segurar... Mas não tenho mais medo de subir... Tenho medo do que vou ver! Medo de ver que não é nada daquilo que eu espero, nada do que imagino.
Também não sei se quero coragem pra encarar...
Moço, acho que não quero ver mais nada!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Transições

Lembro de quando você parava o carro na porta da minha casa. Descia, ligava o som e ficava cantando até eu acordar. Até abrir a janela e mandar um beijo pra você. Confesso que muitas noites eu já estava acordada, esperando você chegar. A minha maior vontade era descer as escadas correndo e me jogar nos seus braços, mas eu não podia, meu pai não deixava. Então eu ficava ali, na janela, te observando, acho a coisa mais linda do mundo cada nota que você desafinava. No final, você colocava uma flor na caixa do correio e partia. Sempre fiquei vendo você partir. Não conseguia dormir, tamanha a empolgação e felicidade, ficava contando as horas para o dia amanhecer, pra eu descer a escada correndo e pegar a flor.
Lembro de quando eu não te quis. Então você viajou 450km para me ver, para tocar o interfone da minha casa. Insanidade. Mas deu certo. Você provou que valia a pena correr os riscos, provou que não era mais um caso.
Lembro das horas que passávamos brincando de acertar bolinhas de papel um no outro. E de quando dançávamos até amanhecer em uma balada qualquer. A gente se bastava. Qualquer lugar era bom quando a gente estava junto. Até mesmo depois de um longo dia de trabalho.
Lembro de quando acampamos, das vezes que fomos para o cinema e não vimos filme, dos shows desprestigiados e de todos os abraços que faziam calar o universo. Compartilhávamos a mesma loucura, os mesmos sonhos, os mesmos amores. E ríamos muito, de tudo. Não havia muitas preocupações, era muito melhor viver a vida e fazer valer cada segundo. Por isso a gente não desperdiçava.
Aprendemos tantas coisas juntos. Construímos tantas histórias. A gente se entendia com um olhar. Éramos cumplices, amigos. A gente fez ser eterno enquanto durou...
Alguns outros carros já pararam na minha porta. Nenhum cantou, nenhum veio de tão longe, nenhum me vez perder o sono e o fôlego. Todos eu apenas fiquei olhando partir.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Sinônimo de amor de carinho

Não ir embora, sinõnimo de amor e carinho.
É o sentimento que me toma nas lembranças de quando minha mãe entrava no meu quarto para me desejar um boa noite de sono. Ou quando ela me liga nos domingos a noite para me abençoar com uma boa semana.
Sinto amor e carinho, sinto proteção. E mesmo vendo a porta se fechar ou quando desligamos o telefone, sinto que ela não se foi. Nossa distância física não corresponde à nossa distância sentimental. Sinto-a perto, sempre.
Ela me entende, compreende meus conflitos econfusões, me lê completamente. Muitas coisas nem preciso falar, ela já sabe, sempre soube.
Às vezes tenho até medo do quanto ela me interpreta. Porque quanto mais ela me conhece, mais vê minhas imperfeições, meus defeitos mais sombrios e minha verdade mais latente. E eu, que queria ser perfeita, me revelo ser humano.
Desde que surgi sua vida nunca mais foi a mesma; sua razão de viver, foco e prioridade mudaram. Suas noites de sono não são mais completas. Queria ser perfeita para compensar todo esse esforço, todas as noites mal dormidas e todas as suas preocupações. Cada segundo que sou lembrada.

Mas a priori, ela me ama de todo jeito, mesmo eu sendo eu mesma!
E, ao meu ver, não há no mundo mãe mais perfeita pra mim!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Tente...

Quem disse que vai estar sempre azul o céu?
A chuva vai começar e a gente vai se molhar. Entre logo em casa.
Nunca disse: "é fácil", nem disse que teria flores todos os dias. Mas é só esperar, que o tempo vai mudar...
Sorrir, assim... Vai chegar o dia, vai parar a chuva!
Tente tocar as estrelas do céu, tente um sorriso.
Tente dançar, vá se molhar, tente um sorriso!
Coloque sua música predileta, desligue a tevê. Bagunce seus brinquedos. Tome um banho demorado... a chuva vai passar.
Sorrir, assim... Vai chegar o dia, vai parar a chuva!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sentimentos (não) são tão fáceis de mudar...

Acho que o mais complicado numa relação é quando ainda gostamos de alguém e, aos poucos, começamos a esquecê-lo. Por uma força maior, além do nosso controle. Tantos quilômetros e tantos dias se perdem no ar. Percebo isso quando quero lembrar...
Antes sua imagem estava ali, fixa na minha cabeça. Agora, preciso recorrer às fotografias.
Estou começando a te esquecer. Mesmo gostando de você.
Simplesmente estou deixando acontecer. Talvez um dia você seja apenas a fotografia, não o sentimento. E talvez eu não queira mais recorrer à sua imagem. Talvez esteja guardada.
Simplesmente estou deixando acontecer...
...ainda vou conseguir viver sem você!
Estou começando a te esquecer...