A gente saiu do cinema pra não ir pra lugar nenhum. O meu horóscopo recomendava um dia tranquilo, sem muitas agitações. O dela também. Mas como teimosas que somos, insistimos em passar num lugar qualquer para comer depois do filme.
Mesa para 4 pessoas. Só 2 lugares ocupados. Conversas e mais conversas, o local fica cheio. E entre uns pedidos e outras músicas, um cara pede permissão pra sentar.
Acho que ele tinha uns 40 anos. Ou mais. Ou menos. Não importa. O fato é que, mesmo sob olhares nada simpáticos, ele sentou.
- O que vocês fazem da vida? (sem dar muita confiança)
- Somos publicitárias.
- E publicitárias fazem o quê?
- Criam propagandas...
- Cria uma pra mim? Fala que eu sou o melhor partido, o cara mais bonito e com o melhor beijo do mundo. Que serei a solução para todos os problemas da mulher que me quiser.
- (irritada) Olha aqui meu filho, eu não sou obrigada a ouvir esse seu papinho ridículo e idiota em pleno sábado a noite. Aliás, eu não sou obrigada a te escutar NUNCA. A gente não te deu permissão pra sentar nessa mesa, você não é bem-vindo aqui e nem em nenhum outro lugar que eu estiver. Se encherga pq eu tenho idade pra ser sua filha. E não vou fazer merda de propaganda nenhuma pra vc, nem se fosse me pagasse muito dinheiro. Isso ai que você me pediu é propaganda enganosa. E se você tivesse o mínimo de noção saberia disso.
É, uma mulher na TPM.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Do meu jeito, ENTRELINHAS: 3 em 1
Cheguei em casa sem entender o que tinha acontecido. Era pra ser uma noite divertida, com música, danças e muitos casos pra contar. Não sabia mais o que falar, não sabia o que achar, nem sabia o que sentir. Não era pra ser daquele jeito, estava indo tudo tão bem na minha cabeça. Fiquei olhando pro teto, tentando analisar cada acontecimento. Tentativas. Acabei dormindo entra a décima e a quinquagésima imaginação.
O outro dia foi mais estranho ainda, pq foi no outro dia que eu percebi que era verdade. No outro dia a gente sempre escuta todos os casos, todas as confusões e se pergunta: "só eu que não vi?!". Ok, acontece. Razão. (1)
Um feriado no meio de tudo para minimizar os pensamentos. Amigos reunidos e assuntos desviados. Alguém, que viu na noite fatídica uma oportunidade, resolve desabafar. Confessa que não eram sentimentos de amigo, que existia muito mais do que apenas coleguismo. "Só eu que não vi?!". Sentimento de um único fluxo sempre magoa mais do que faz sorrir. E não magoa um só. Não sabíamos mais o que falar, não sabíamos o que achar, sem sabíamos o que sentir. Dias pensativos. (2)
Uma visita de longe, de carro, de 700km, sozinho, repentino, do passado. Veio de conversas na madrugada, de contos inacabados e casos mal contados. Sem promessas, para arrancar sorrisos. Sem compromisso, só pra mim. Entre desencontros casuais, São Paulo e Belo Horizonte nunca foram tão próximos. Até pareciam cidades vizinhas. Emoção. (3)
"Só eu que não vi?!" o feriado acabou, a realidade chegou e todo mundo vai viver a sua rotina. As viagens acabam e as horas ficam lentas. Não sabia mais o que falar, não sabia o que achar, nem sabia o que sentir. Mas eu preciso acostumar, já teve bagunça demais por aqui.
O outro dia foi mais estranho ainda, pq foi no outro dia que eu percebi que era verdade. No outro dia a gente sempre escuta todos os casos, todas as confusões e se pergunta: "só eu que não vi?!". Ok, acontece. Razão. (1)
Um feriado no meio de tudo para minimizar os pensamentos. Amigos reunidos e assuntos desviados. Alguém, que viu na noite fatídica uma oportunidade, resolve desabafar. Confessa que não eram sentimentos de amigo, que existia muito mais do que apenas coleguismo. "Só eu que não vi?!". Sentimento de um único fluxo sempre magoa mais do que faz sorrir. E não magoa um só. Não sabíamos mais o que falar, não sabíamos o que achar, sem sabíamos o que sentir. Dias pensativos. (2)
Uma visita de longe, de carro, de 700km, sozinho, repentino, do passado. Veio de conversas na madrugada, de contos inacabados e casos mal contados. Sem promessas, para arrancar sorrisos. Sem compromisso, só pra mim. Entre desencontros casuais, São Paulo e Belo Horizonte nunca foram tão próximos. Até pareciam cidades vizinhas. Emoção. (3)
"Só eu que não vi?!" o feriado acabou, a realidade chegou e todo mundo vai viver a sua rotina. As viagens acabam e as horas ficam lentas. Não sabia mais o que falar, não sabia o que achar, nem sabia o que sentir. Mas eu preciso acostumar, já teve bagunça demais por aqui.
Nem tente entender
A música começou e eu quis escrever. Quis contar pra todo mundo o que estava acontecendo e como os últimos dias foram avassaladores. Sentei e comecei, rascunhei uns quatro textos, umas dez frases soltas e despejei palavras. O medo de contar se misturou com a desorganização dos acontecimentos. Foi tudo tão de repente que eu não tinha mais noção do tempo. Terça virou sexta, ontem já não existia mais e alguns dias se repetiam continuamente, como um looping desgraçado.
A música recomeçou e eu respirei. Precisava ser menos dura comigo se quisesse me colocar em palavras. Pensei em escrever anonimamente, pensei em desistir, pensei em não pensar. E eu, que sempre tinha a resposta certa, a decisão tomada, a escolha segura, não sabia o que fazer diante de um simples papel. Podia citar algum escritor, podia contar a história de um filme qualquer, podia simplesmente inventar personagens que explicariam a verdade misturada com a ficção. Podia contar qualquer coisa que não fosse comigo, qualquer coisa que não fizesse sentido e podia não contar. Mas pra ser sincero, pra transmitir sentimento, pra falar de mim, tem que ser real. Comecei a esquecer do medo, não me importei com o que os outros pensariam. Pra escrever de verdade a gente tem que se mostrar por inteiro. Despir de toda a opinião alheia e SER.
ps.: Um desabafo sobre como surgiu o próximo texto (Do meu jeito, ENTRELINHAS: 3 em 1)
A música recomeçou e eu respirei. Precisava ser menos dura comigo se quisesse me colocar em palavras. Pensei em escrever anonimamente, pensei em desistir, pensei em não pensar. E eu, que sempre tinha a resposta certa, a decisão tomada, a escolha segura, não sabia o que fazer diante de um simples papel. Podia citar algum escritor, podia contar a história de um filme qualquer, podia simplesmente inventar personagens que explicariam a verdade misturada com a ficção. Podia contar qualquer coisa que não fosse comigo, qualquer coisa que não fizesse sentido e podia não contar. Mas pra ser sincero, pra transmitir sentimento, pra falar de mim, tem que ser real. Comecei a esquecer do medo, não me importei com o que os outros pensariam. Pra escrever de verdade a gente tem que se mostrar por inteiro. Despir de toda a opinião alheia e SER.
ps.: Um desabafo sobre como surgiu o próximo texto (Do meu jeito, ENTRELINHAS: 3 em 1)
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Quem eu? Você!
Sabe aquela época que tudo parece estar contra você?
E aparecem dois milhões e meio de questionamentos diários para te tirarem do eixo?!
É aquele perfume que você não sabe mais se combina com seu estilo. Aquela música que nem deve mais ser sua favorita. E aquela cor que você nunca mais usou.
Nesse momento todos os seus ex e casos mal-resolvidos surgem do além, para discutir relações indiscutíveis. Você começa a questionar até se algum dia você gostou de verdade de alguém. Turbulências. E no meio do furacão, vem o mais complicado: você questiona sua vida profissional. Será que fez boas escolhas? Será que alimentar focas albinas da malásia é o que você quer pro resto da sua vida? E se fosse outra faculdade? E se fosse outro emprego?
E se eu fosse outra pessoa?
De um lado pro outro, numa bifurcação diária. Discutindo relacionamentos inexistentes, trabalhando com coisas aleatórias e conversando com paredes.
Amando azul num dia e querendo comer bacalhau no outro.
Sem saber porquê. Sem saber como. Sem saber qual.
Sem nem saber você.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Cada um assim
O Pedro gosta de declarações. A Ana quer carinho e cafuné.
O Henrique quer uma só. O Carlos quer várias.
A Isa corre atrás. O Igor não perdoa fácil.
O Alexandre é ciumento. O André não.
A Elisa fala o quanto ama. A Livia demonstra.
Ele dá flores. Ela não sai com os amigos dele.
Uma não liga. E a outra sempre se envolve.
Aquele ali quer emoção. Aquela lá prefere estabilidade.
O Mateus não quer namorar. O Flávio curte meninos e meninas.
A Camila é direta. A Denise é orgulhosa.
E ninguém está errado.
Cada um é feliz do seu jeito.
O Henrique quer uma só. O Carlos quer várias.
A Isa corre atrás. O Igor não perdoa fácil.
O Alexandre é ciumento. O André não.
A Elisa fala o quanto ama. A Livia demonstra.
Ele dá flores. Ela não sai com os amigos dele.
Uma não liga. E a outra sempre se envolve.
Aquele ali quer emoção. Aquela lá prefere estabilidade.
O Mateus não quer namorar. O Flávio curte meninos e meninas.
A Camila é direta. A Denise é orgulhosa.
E ninguém está errado.
Cada um é feliz do seu jeito.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Entre olhares
Os segredos escaparam
Não por palavras, não por textos escritos nem por confissões gestuais
Não foi por um flagrante ou foto comprometedora
Escaparam. E não fizemos nada para conter.
Escaparam pelos nossos olhos, enquanto conversamos em silêncio
Deixamos que o nosso olhar revelasse tudo.
E enquanto todos os segredos eram despejados, enquanto a gente se revelava por inteiro
A gente só se olhou
Um olhar fixo, que brilhava e fazia todos os nossos pensamentos girarem
Os olhos, tão concentrados em falar, nem ousaram piscar, nem se mexer, nem não olhar
E naquelas falas silenciosas eles se enxergaram, se viram, se entederam
Sorriram.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Aquele dia.
Aquele dia você me beijou de um jeito diferente. Um diferente bom, que fez todos os músculos do meu corpo responderem ao seu toque.
Aquele dia você me olhou de um jeito diferente. Um diferente carnívoro, quase canibal. Um olhar que me despiu completamente.
Aquele dia você me abraçou por inteiro. Envolveu cada centímetro da minha existência, cada pedaço de mim.
E aquele dia eu te quis por inteiro, completamente diferente das outras vontades. Eu quis você pra mim. Quis o beijou que só você me deu, o olhar que me consumiu e o abraçou que me quebrantou. Quis ir além dos meus conceitos e concepções. Quis fazer o que tudo o meu corpo pediu.
Aquele dia eu não quis pensar, não quis idealizar. Só quis fazer.
E fiz acontecer.
Um diferente bom, quase canibal, em cada pedaço de mim.
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