quarta-feira, 27 de maio de 2009

Tempo final

Sentei num bar, sem muitas esperanças. Não estava vivendo um momento muito bom na minha vida, correndo atrás de emprego, com várias contas atrasadas e sem nenhum amigo por perto.
Entre um gole e outro relembrei como era feliz há uns 4 anos, quando estava entrando na faculdade. Naquele tempo acreditava na felicidade plena, construí sonhos grandes para minha carreira e pensei em mudar o mundo.
O tempo passou e comecei a me conformar com a realidade. Nada ia mudar. Continuaria acordando cedo, andando muito por nada, vendo as mesmas pessoas todos os dias e conversando sobre os mesmos assuntos. Todo dia, sempre igual. E quando um pequeno detalhe se altera, piora.
Aqui estou. Sem emprego, sem namorado, sem amigos, sem diversão e sem esperança. Acordo e vivo cada dia como apenas mais um. Sem perspectivas.
E ali, sentada naquele bar, as coisas não faziam o menor sentido. Todo mundo parecia tão feliz, tão apaixonado, tão bem-sucedido. E eu era apenas mais uma. Sem sorrisos.
A música tocavam, uns dançavam e todos pareciam ter vários amigos. A minha solidão cresceu impressionantemente no meio daquela multidão. Vários, e eu só. Não é possível que fui tola quando acreditei que tudo seria perfeito.
Sai do bar. Minha presença era tão insignificante naquele lugar que nem perceberam que não paguei a conta.
Alguns passos, o sinal abriu. O fluxo de carros aumentou. Mais alguns passos, várias luzes e uma grande batida.