sexta-feira, 21 de maio de 2010

A falta que ele me faz

Sempre que eu ligava ele atendia com um "oi linda". E sempre que eu entrava no carro ele comentava o quão cheirosa eu estava. Vimos dezenas de filmes. E ele se afastava da poltrona, pacientemente, todas as vezes que eu queria ir ao banheiro depois de ter tomado 1 litro de coca cola.
Comentávamos vitrinas, pessoas e músicas. E cantávamos juntos.
Vivíamos entre as dúvidas dos amores impossíveis e das paixões provocantes. E entre um Café e outro, uma barra de chocolate.
Demos PT, esquecemos vídeos e fotos e falamos palavrões.
Ao som de Madonna, Lady Gaga e outras divas, dançamos infinitamente.
Um dia, ele: "Argentina?"
E eu: "Vai".
Desde então eu conto os minutos pra volta daquele que coloca um grande sorriso no meu rosto.


quarta-feira, 19 de maio de 2010

(Des)contado

Acostumada a andar todo dia dois quarteirões e virar a esquerda. Acostumada a almoçar todo dia no mesmo lugar, bebendo o mesmo refrigerante. Acostumada a conversar sempre com as mesmas pessoas no trabalho e conferir os mesmos sites. Acostumada a fazer sempre a mesma coisa e igual, sem nenhum detalhe diferente.
Um dia o computador estragou, sua amiga de trabalho faltou, o refrigerante de sempre foi retirado do mercado, o restaurante fechou e a rua a esquerda foi interditada.
Um dia tudo mudou.
E ela teve medo de fazer tudo diferente.

terça-feira, 18 de maio de 2010

A menina do laço


A menina do laço que enrola, que amarra, que prende
A menina do laço que envolve, enfeita e laceia
Do laço que fecha
Do laço de fita
Do laço de papel
Do laço que nunca se desfaz
A menina do laço enlaça
A menina do laço contorna
A menina do laço leve
Do laço que flutua
Laço de fita lilás
Laço de fita da menina leve do laço

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Um show com estrela

Ruas atravessadas. Um caminho completamente fora do comum ao som de notas desconhecidas e passos milimétricos. Esquinas dobradas, encontros evitados e esconderijos estratégicos. Aquele bar.
Sentada no balcão, o garçon colocava mais uma dose de uma bebida qualquer. Ria junto com risadas ocultas e chorava as lágrimas que nunca existiram. Bebeu um. Cantou música inventadas e dançou com aplausos merecidos. Bebeu duas. Seu cabelo preto escorria toda a vaidade, era impossível não olhar para aquela mulher. Sua forma incitava o desejo e suas mãos despiam algumas partes do seu corpo, inocentemente perigosa, provocante, longe de todos os toques.
Cenário sombrio, a única cor era do seu batom vermelho. Bebeu três. Sorriso sincero, naturalmente conquistador. Ela não forçava nada, apenas era. Observei seus movimentos com toda a leveza que quebravam a rispidez do lugar. E entre um balanço e outro, ela se revelava.
Menos um casaco. Menos uma bota. E outra. Menos aquela saia que cobria as lindas meias pretas. Bebeu quatro. Sua blusa reluzia o que restava de luz. Dançou ao som dos olhares fogosos. Enquanto se acariciava satisfazia o sonho de qualquer pessoa presente. Aquele bar. Aquela mulher.
Blusa no chão. Ela não importava com os gritos externos. Era seu mundo, sua vontade, seu próprio prazer. Todo o resto era só espectador daquele momento. Suas formas perfeitas, a lingerie preta e as meias intocáveis. Um show com estrela.
Mais uma dose.

terça-feira, 11 de maio de 2010

A velhiante


Por @Maurilo:

"Velhiante é uma combinação das palavras "velha" e "meliante". Pois ontem a pequena Gabi Alvarenga, redatora da Pro Brasil, teve contato com uma velhiante da pior espécie.

Estava a menina toda serelepe tomando café na lanchonete do Carrefour quando uma velhinha senta ao seu lado. Muito simpática, a doninha começa a elogiar o casaco rosa e o arquinho da Gabi.

- Onde você comprou esse arquinho? Que lindo! Os meus machucam tanto... o seu é confortável? Você lembra quanto ele custou? Nossa, ele é muito lindo.

De repente, a bondosa velhinha pede para ver o arquinho em suas mãos e, ato contínu, coloca em sua cabeça para experimentar.
Logo depois o velhinho da velhinha chega, ela se levanta, toda simpática, dá os braços ao marido e diz em voz alta.

- Ô, meu bem, você viu que arquinho lindo esse que aquela menina me deu? Ai, ela é tão simpática... ficou bem em mim, não ficou, meu amor?

E vai-se embora a velhiante sorridente, deixando Gabi Alvarenga aparvalhada a terminar seu lanche."


Texto original lá no Pastelzinho (e váááários outros textos ótimos)

domingo, 9 de maio de 2010

Ela daria a vida por mim


Eu escondi algumas notas baixas da escola e não contei sobre meu primeiro beijo. Brigava quando ouvia nãos e chorei quando mudamos de cidade. Eu já quis ficar sozinha, já quis fugir de casa e já até deixei a mochila pronta. Falei coisas sem pensar, da boca pra fora, contei mentiras desacreditadas e não retornei algumas ligações. Roubei o carro, viajei sozinha e pedi um tempo pra pensar.
E você, mesmo assim, mesmo depois de todos os meus erros, nunca me amou menos. Nunca negou um colo, nunca negou uma conversa. Com todas as minhas imperfeições, você me ama incondicionalmente por inteiro. E quando nossas brigas terminavam em risadas sem fim, eu entendia porque você é a melhor mãe pra mim.
É quem conhece cada pedacinho, cada medo, cada falha e que comemora cada acerto. É quem carrega 3 celulares diferentes, só pra falar comigo e me lembra de cada compromisso. É ela que confere se estou coberta a noite e liga de manhã pra eu não perder a hora. E se um dia eu tiver um filho, quero ser pra ele exatamente o que ela é pra mim!

Mãe, eu amo muito você!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Amor de mãe

Era um dia muito especial. Meu pai reservou uma mesa no melhor restaurante da cidade para comemorarmos a minha aprovação no vestibular. Ele e minha mãe conheciam muito bem aquele lugar, mas era totalmente inédito pra mim.
Olhei o cardápio cuidadosamente, queria ter certeza que faria a escolha certa. Mas ficou muito difícil ter certeza disso quando percebi que todos os nomes, dos pratos aos ingredientes, estavam em francês. Não quis dar o braço a torcer e admitir que não conseguia escolher. Imaginei que o mais caro seria o mais gostoso, e pedi com a boca cheia.
Vários minutos depois o jantar chegou. Minha mãe ficou observando enquanto eu tentava decifrar minha refeição. Primeira garfada, detestei. Olhei para os dois e assumi:
- Não gostei do meu prato...
- Sabia que você não ia gostar, por isso nem toquei no meu. Toma, troca comigo. Você vai amar o que eu escolhi.
- Mas mãe, por que você não me avisou? Se você tivesse me avisado eu teria mudado...
- Não teria, eu te conheço. E eu tinha que deixar você escolher minha filha. Você tem que aprender a admitir suas fraquezas e tomar suas próprias decisões. Não posso escolher pra você, mas posso oferecer minha ajuda toda vez que suas escolhas não forem bem o que você pensa. Dessa vez eu escolhi seu prato preferido.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Opiniões

Fábio, 28 anos, publicitário. Um dia teve uma grande ideia, convenceu o cliente, ganhou muitos prêmios, abriu sua própria agência e ficou milionário. Hoje ele tem uma agência, uma produtora, uma empresa de pesquisa e uma marca de roupa. E muito mais que 1 milhão, claro.
1 - Fico triste quando fico sabendo de uns casos assim... Faço 28 daqui 4 anos e não tenho nem emprego direito.
2 - Eu queria ser assim com 28 anos, imagina?! Poderoso, influente e com muitos prêmios.
3 - Eu QUERO ser assim com 28. Não quero ser só mais uma publicitária no mercado não, quero consquistar meu espaço.
4 - Meu sonho ter tudo isso com 28 anos, mataria meu pai de orgulho.
5 - Com 28 anos eu quero casar com o Fábio.