sexta-feira, 5 de março de 2010

Mais que mãos

E aquele dia ela respirou fundo.
Eles se encontraram por acaso num lugar badalado da cidade e sorriram.
Não trocaram muitas palavras, não pediram explicações, nem prestaram atenção no que estava acontecendo ao redor.
Aquele dia ele segurou a mão dela.
E eles se entenderam com alguns olhares, entre vários olhares.
Os dedos se entrelaçaram e ficaram encaixados, como se soubessem desde o início o que fariam.
Ela sorriu.
Ele olhou.
E as mãos continuaram ali, unidas, grudadas.
Compreendidas.
Bastou para que o lugar badalado perdesse a graça. O maior envolvimento estava ali, nas mãos dadas e nos olhares trocados.
Sem falas, sem som, sem soltar.
A mão pequena de unhas azuis estava delicadamente segura. Fortemente protegida. Docemente cuidada
A mão grande estava sutilmente acalentada. Apaixonadamente acariciada. Bravamente ligada
Grande e pequena, completas.
Ela olhou, ele sorriu.
E ela entendeu que a mão dele estaria sempre ali.

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