sexta-feira, 12 de março de 2010

Tabuleiro de quadradinhos

Meu pai me deu um jogo novo, daqueles que vendem lá na feira da cidade. Trouxe ontem, embrulhado num papel vermelho. E quando eu vi aquele embrulho e o sorriso que lançou, sabia que tinha coisa boa ali.
E num é que teve.
Era assim, de madeira, com vários quadradinhos pintados, tantos que até perdi a conta. Mas os quadradinhos ou eram brancos ou eram pretos. Meu irmão já gritou que era um tabuleiro de xadrez, só porque ele não tinha ganhado um igual. E se é de xadrez ou não, eu nem sei. E nem importa. Eu só queria saber que aquele jogo ali era meu e que ninguém mais ia brincar com ele.
Meu, só meu! O tabuleiro e todas as pecinhas brancas e pretas que tavam ali. Só meu.
Ai meu pai me ensinou a jogar um jogo. Disse que daquele tabuleiro muitos outros jogos poderiam nascer.
Um dia eu aprendi um com a vizinha que mora embaixo do meu apartamento. Outro dia eu inventei um com a Lê, lá na escola e mais outro dia ainda eu joguei o primeiro jogo que aprendi com meu pai.
Sabe o que eu mais gostava nesse jogo? Eu podia levar pra qualquer lugar. Era tão pouquinha coisa, só um tabuleiro de quadradinhos e umas pecinhas. Tão fácil e levinho.
Só aquilo ali, um tabuleiro de quadradinhos brancos e pretos com pecinhas pra fazer o que a gente quiser.

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