quinta-feira, 8 de abril de 2010

O violão

Há algum tempo aquele violão estava encostado. Ninguém tocava e nem lembravam que ele existia, mesmo sendo um bom violão.
Decidi vender o violão. Já que não rendia música, que me rendesse algum dinheiro. E talvez ele tocasse em outra roda, debaixo de outra lua, uma outra melodia. Coloquei um anúncio na internet, outro na faculdade e esperei. Claro que alguém, em qualquer lugar no mundo, queria um violão.
Antes que o violão tivesse outro dono fui chamado para um mestrado no exterior. E o que era um dinheiro extra, virou necessidade. Aquele violão tinha que ser vendido. Coloquei mais anúncios em outros meios. Tentei até o jornal da cidade.
Viajei e deixei minha namorada responsável pela venda. Entre nossas conversas, sempre falávamos do violão.
Um dia apareceu um possível comprador. Segundo a Camila, minha namorada, ele era bem legal e se mostrou muito interessado. Ele foi conhecer o violão pessoalmente, depois levou o irmão pra ver e até o professor de música. Acho que a venda foi efetuada na quinta visita, mais ou menos. E ele pagou exatamente o que eu pedi, sem negociações.
Mas levou mais que o violão. Levou a Camila junto.



3 comentários:

Cami Fiamoncini disse...

Ossos do ofício! Parece o mal de todos os homens: gostam tanto das coisas que esquecem das pessoas.

Mazzochi disse...

Veríssimo e Rodrigues com o toque sutil de uma bolha...Congrats, esse pra mim é o melhor!

Cris disse...

Conheço essa fotinha...