terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sem mais nem menos, ele falou...

Era mais um dia normal.
Acordei cedo, fui pra faculdade, depois corri pra aula de francês. Tudo absolutamente como deveria ser.
Como sempre, esqueci algumas coisas em casa. Deixei uns papéis importantes em cima da mesa e tive que me virar no escritório para conseguir as informações que estavam naqueles rabiscos. Mesmo com alguns casos para analisar e duas propostas de conciliação jurídica em cima da minha mesa, tive que dedicar um bom tempo do meu dia para tentar lembrar qualquer coisa das anotações. Claro que foi inútil. Minha cabeça já não funciona muito bem normalmente, lotada de trabalhos e preocupações então, impossível.
Precisei apelar e ligar para as pessoas do grupo que certamente teriam cópia dos meus escritos. Liguei para umas três pessoas e nenhuma delas foi útil. Fiz de tudo para não ligar pro quarto integrante. Sabia que me renderia um papo absolutamente desnecessário. E esse papo se acumularia em lembranças. Fiz de tudo, mas acabei ligando.
Entre a troca de informação acadêmica, um elogio ou outro chegava ao meu ouvido. E o apelido que ele sempre me chamava, isso fez minha perna tremer. Percebi o quanto ele estava feliz e perguntei o motivo. Fui obrigada a ouvir que era por minha causa, que era o efeito da minha voz na vida dele. Não soube responder. Mudei de assunto. Ele insistiu. Disse que me adorava, que pensava em mim e que meu sorriso era fixo em sua cabeça. Fiz de tudo para não acreditar. Não foi isso que percebi naquele domingo, quando encontrei com ele no cinema. Ele estava acompanhado.
Mudei de assunto novamente. Foquei no trabalho que deveríamos fazer. Inventei qualquer desculpa para desligar e passei o resto do dia aérea. Longe de todos os meus trabalhos no estágio. Longe de todas as petições, ações e processos. Longe de todas as matérias que eu precisava estudar para a maratora de provas que enfrentaria na faculdade. Longe de mim. Bem perto dele.
Acordei para o mundo quando a música da Amy que eu ouvia foi interrompida pelo barulhinho do MSN. Uma janela subiu na minha tela. A dele. E tivemos a menor e mais impactante conversa.
ele: Ja te falei q te amo???
me: não
ele: pois eh te amo...
me: ...
ele: =)
me: vc merece uma surra, sabia....rs...
ele: tapa de amor nao doi....
me: mas outras coisas doem...

Ele falou. E há um tempo era tudo o que eu queria ouvir. Agora já não sei. Acho que mais que ouvir, agora eu quero sentir que isso é mesmo verdade. Talvez seja só mais uma das coisas que se fala da boca pra fora...

Um comentário:

Anônimo disse...

NUH... mto serio isso! MUITO