quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Fala Alice!

**texto enviado por email pela amiga e colaboradora: Alice Ayres! Uma menina assim...de 167 idéias e qualidades!
A liberdade nos relacionamentos humanos

“Ao invés de tentar apoderar-se de alguém e tentar fazer com que essa pessoa necessite de nós, mostramos que ela é completa e livre sozinha, sendo totalmente capaz de compartilhar essa liberdade com os outros e não abrir mão dela.”



Quantas pessoas você conhece que são totalmente satisfeitas e felizes com os seus relacionamentos interpessoais? Provavelmente nenhuma. Afinal, sempre há aquela mania que incomoda e aquela briga que se repete, mas acima de tudo, há uma insegurança que nos obriga a exigir do outro uma afirmação constante de que sem nós, ele não é feliz ou completo. Precisamos a cada segundo saber que alguém precisa da gente, só assim nos sentimos ligados e preenchidos, essa necessidade do outro diante de nós é a segurança de que aquela pessoa não vai a lugar nenhum sem você ao lado. Mas o ser humano é inerentemente livre, e sendo assim ele pode ir e vir quando quiser, com ou sem você.

Nascemos com o livre arbítrio e morreremos com ele. É uma dádiva que a Bíblia diz ser dada aos homens, por Deus. A liberdade faz parte da essência e da existência humana. Então, qualquer sensação de aprisionamento ou dependência entre os homens é artificial, pois contraria a existência humana. Freud em O mal-estar na civilização, dizia que a necessidade do amor entre as pessoas, seja ele sexual ou não, serve para conectá-las mantendo a ordem e o desenvolvimento social, ou seja, o relacionamento é uma construção cultural para manter a sociedade evoluindo, nada mais. Eu sei que é difícil aceitar a artificialidade dos relacionamentos, principalmente quando passamos toda a vida os construindo e nos definindo a partir deles, mas quantas as vezes que nos desligamos de outra pessoa em busca da liberdade? Seja quando saímos da casa de nossos pais ou quando terminamos um namoro, pois queremos algo “menos sério”, em todos os casos, buscamos uma liberdade perdida. Abafamos o desejo de liberdade e mantemos um relacionamento, apenas enquanto ele nos traz a felicidade e a sensação de preenchimento interior sem nos sufocar, caso contrário, nós somos capazes de desatar os laços que construímos sem hesitar. Todos nós já passamos por isso. Então, é claro a natureza artificial dos relacionamentos e o desejo de liberdade do homem, mas que não enxerguemos isso como um balde de água fria, e sim como um grande passo para a construção de relacionamentos verdadeiros e distantes da dependência destrutiva e da insegurança de um rompimento traumático. Afinal, se iniciarmos um relacionamento aceitando que um dia aquela pessoa pode ir embora, pois é um direito dela, construímos uma relação de compartilhamento e não de dependência. Ao invés de tentar apoderar-se de alguém e tentar fazer com que essa pessoa necessite de nós, mostramos que ela é completa e livre sozinha, sendo totalmente capaz de compartilhar essa liberdade com os outros e não abrir mão dela. Mas como sentir-se completo antes de nos relacionar com o outro?

Devemos achar nossa felicidade em nós e no mundo e não somente no outro, assim seremos livres e compartilharemos essa liberdade. Vejam o filme Na natureza Selvagem [2008] de Sean Penn e perceba que existe algo muito maior ao nosso redor, presente em todas as coisas, que nos remetem á sensações de plenitude e felicidade. Independentes de qualquer relacionamento interpessoal. No filme o personagem principal (baseado na vida de Chris McCandless) diz que “se engana aquele que acha a alegria de viver nas relações humanas. Deus colocou-a a nosso redor. Está em tudo que possamos experimentar. As pessoas apenas precisam mudar a maneira como olham para essas coisas”.

É exatamente isso que precisamos aprender antes de nos relacionar verdadeiramente: A felicidade não está no outro, mas em todo o nosso redor - na natureza, nos livros, no ar, nas fotos, no asfalto, em tudo - ela está no relacionamento de nós conosco, quando olhamos no espelho e quando paramos para analisar nossa existência. Se conseguirmos aceitar que o relacionamento é apenas uma parte dessa felicidade maior, então estaremos verdadeiramente preparados para nos relacionar com os outros, prontos para compartilhar a felicidade e não roubá-la, Devemos aceitar que a liberdade é muito maior que qualquer laço e só assim seremos capazes de não sofrer quando uma pessoa partir. Pois assim como ela, a felicidade é plenamente livre.



Cena do filme Na natureza Selvagem:
http://www.youtube.com/watch?v=XBVeFs5e_zM

tradução do trecho do youtube:
- Eu vou sentir sua falta quando você for embora.- Eu também vou sentir a sua, Ron. Mas vocês está enganado se você pensa que a alegria da vida vem principalmente dar relações humanas. Deus colocou-a em tudo ao nosso redor. Está em todos os lugares. Está em tudo que - Tá bom, eu vou anotar isso.É serio! Eu vou anotar!
Mas eu quero te dizer algo. De toda as peças que eu juntei, você sabe, de quando você me contou sobre sua família, sua mãe e seu pai. E eu sei que você tem problemas com a igreja mas existe alguma coisa muito maior que podemos apreciar, e parece que você não se importa em chama-la de Deus. Mas quando você perdoa, você ama. E quando você ama, a luz de Deus brilha sobre você.
- Puta-que-pariu!
- Eu já te disse sobre essa sua linguagem!
(risos)”Felicidade só é real quando COMPARTILHADA”.

2 comentários:

Gabi Alvarenga disse...

Alice falou e ponto.

Obrigada pela contribuição no Avenças!
Que suas desavessas sempre percorram essas páginas...

Bju gata!

Anônimo disse...

gatissima brigado pel brechinha no blog! E estarei por aqui com certeza!
beijão!!