terça-feira, 12 de agosto de 2008

Não tranca sentimento

Não se tranca sentimento. Nem na ponta do lápis, nem na ponta dos dedos...

Queria te falar tantas coisas. Até ensaio algumas diante do espelho, mas sempre que me deparo com você, fico sem reação, quase perco a razão e volto às minhas memórias mais infantis para agir. Fato que tenho mais dom com a palavra escrita do que com a palavra falada. O que me prejudica com você, porque transformo em monólogo tudo o que deveria ser dito olho no olho.
Escrevo para não ter que encarar seus gestos e expressões, apenas as imagino. Escrevo também como saída: assim você não me vê ficar vermelha. Escrevo e na maioria das vezes nem entrego, nem te mostro, mas descarrego a minha vontade de contar tudo o que está aqui dentro, faço minhas confessões, desabafos. Entro em crise com o papel e me conforta lembrar que existe a borracha. Escrevo para registrar. Escrevo para tentar falar, para me fazer ouvir (quase sempre gritar), na tentativa de me entender.
Mas, sobretudo, escrevo porque gosto.
De escrever e de você!


Essa é só a nova mídia que desenvolvi para tentar me fazer ouvir com os olhos e ver com as mãos.

10 comentários:

Anônimo disse...

de tudo que você já escreveu por aqui esse foi o texto do qual mais me identifiquei. EU o li como se eu o estivesse escrito.
Sem bem como é estar tomando banho e começar a falar sozinha, treinando para quando você estiver diante da pessoa falar tudo que precisa dizer. Aí você vai pra sala e na frente da tv você gesticula e treina mais. No quarto também. Andando na rua...
Mas quando você está de frente pra situação que você anda treinando faz tempo, você só ouve, ou fala coisas cotidianas, nada de novo ou diferente, nada daquilo que precisa ser dito sai da boca. E você finge que está tudo bem, tudo como antes. Então você vai embora pensando que você é a maior criança do mundo e que jamais vai conseguir dizer aquilo tudo. Só resta rezar pro destino juntar tudo de novo outro vez...

Alice Ayres

Anônimo disse...

Ah, a incansável batalha contra a falta do que falar olho-a-olho. Falta não! Vergonha. Vergonha tb não! Medo. Medo? Talvez... Receio é um sinônimo melhor, não é mesmo?

Mas fato é que, escrevendo a gente consegue traduzir melhor aquilo que incomoda tanto. E que aprendemos à gostar.

Quel Fávaro disse...

E por acaso ELE tem o endereço do seu blog pra ler esse texto????

Gabi Alvarenga disse...

Os comentários de vocês são extensão do textos...
As cenas descritas pela Alice são tão familiares...
O espaço do banh, o caminho da sala, os passos no corredor...se as paredes falassem por nós, hein?!
Seria muito mais fácil...

Luana Carvalho disse...

Putz queria dizer tanta coisa sobre o seu texto, que acabei decidindo dizer pra vc - olho no olho - ao invés de escrever. :) Uma dica pra adiantar: poesia concreta. Também adoro as palavras!bjocas!

Anônimo disse...

feliz o cara que serviu como fonte de inspiração pra esse post!

Gabi Alvarenga disse...

Fabs ahazou na minha logo que forma um coração!!!!
Ficou liiiinda!
Brigadaaa Gata!

Unknown disse...

eh... esse poema tem dono mesmo ou eh impressao minha?
ceci

Anônimo disse...

amigaaa

arrasouuu, eu que sei ne rs??? bom demais passar mesmo que os perrengues com vc rs!! pelo menos a gente se diverte de alguma forma!
bjao d

Anônimo disse...

Posso ler o que ficou no papel???